Já imaginou que o uso de uma palavra pode arruinar sua comunicação? Imagine que você está com seu namorado ou sua namorada e ouve: “eu realmente gosto muito de você, estou alegre em passarmos esse tempo juntos…” e então depois de uma pausa, acrescenta… “MAS…”. Tenho certeza que ao ouvir esse “mas”, seu coração dispara e toda sua atenção irá se dedicar ao que vem a seguir, certo?!
O que acontece na sua mente quando a pessoa diz esta pequena palavra – mesmo antes de dizer qualquer outra coisa? Via de regra ocorre uma dupla reação: imediatamente decidimos que tudo que está antes do “mas” não é importante e é meramente uma introdução para a próxima parte – que irá anunciar o que ela realmente está pensando, sentindo ou pretendendo.
“Mas” nega qualquer coisa que o antecede.
O “mas” nega ou cancela tudo que veio antes dele. E geralmente, é aceito como um sinal de que a parte realmente importante da frase está vindo (por isso, o seu coração acelerou lá no exemplo inicial). Então, quando você o utiliza, seu ouvinte irá dar mais atenção e mais peso ao que você disser depois do “mas”. Essa minúscula palavra é bastante mal-usada…
Observe que o “mas” é usado em diferentes contextos e sempre dessa forma.
Nos relacionamentos: “eu realmente adoro o jeito que você me toca, mas…” ou “é ótimo estar com você, mas…”.
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Em feedbacks nas empresas: “você lidou muito bem com isso, mas…” ou “no conjunto, o seu desempenho foi bom, mas…”.
E até mesmos nas escolas, nossos professores usam da mesma forma, sem notar a implicação que esse termo causa nos alunos: “isto realmente não foi ruim, mas…” ou ainda “a sua gramática está boa, mas…”
Em cada caso, é bem provável que a pessoa que estava falando realmente pretendia ser útil ou cortês. Mas ela pisou nessa “mina verbal” e isso destruiu o efeito que ela estava tentando criar.
O “mas” disfarçado!
Existem outras maneiras de obtermos o mesmo efeito sem usar a palavra “mas”. Por exemplo, o “porém” e o “entretanto”, podem ser usados com impacto negativo similar: “eu gostei disto, entretanto…”; “você acabou de fazer alguns pontos positivos, porém…”. Lá na nossa quinta série do ensino básico, aprendemos a fazer uso das conjunções adversativas, lembra?! Mas nossos professores, porém, não se importavam em nos ensinar o impacto que isso causa nos nossos ouvintes.
Beleza Cris, já entendi… Mas o que posso fazer?
Você certamente já imaginou que o uso de uma palavra pode arruinar sua comunicação. Para evitar que isso ocorra, simplesmente substitua o “mas” pelo “e”! Faça isso por cerca de sete dias consecutivos e, provavelmente, você usará muito menos o “mas” no futuro.
Observe…
Ao invés de: “eu tive uma grande noite saindo com você, mas talvez nós tentamos fazer muitas coisas ao mesmo tempo” ou “o seu desempenho no trabalho tem sido muito bom, mas eu gostaria que você fosse mais participativo junto à equipe”;
Procure usar: “eu tive uma grande noite saindo com você e talvez nós tentamos fazer muitas coisas ao mesmo tempo” ou “o seu desempenho no trabalho tem sido muito bom e eu gostaria que você participasse mais da equipe”.
Também tome cuidado com o uso do “e”. Se você der ênfase exagerada a ele, e especialmente, se você pausar antes e depois de usá-lo, isso terá praticamente o mesmo efeito que o uso do “mas”! Lembre-se que a comunicação é feita de três partes integradas: o tom da voz e sua entonação, a linguagem corporal e a linguagem verbal propriamente dita.
A maneira conveniente de se usar o “mas”.
Naturalmente não tem nada de errado em usar o “mas”, ou seus sinônimos disfarçados, contanto que você esteja consciente de como ele influencia o pensamento da outra pessoa. Foi por isso que eu o usei algumas vezes no texto acima. E sim, foi deliberado.
Use-o, por exemplo, quando você quer reconhecer primeiramente alguma coisa negativa, mas quer enfatizar a alternativa positiva, dita em seguida ao “mas”.
Observe: “este não foi o seu melhor desempenho, MAS eu sei que você fará melhor da próxima vez” ou ainda “certo, nós confundimos tudo MAS vamos aprender com os nossos erros e acertar da próxima vez”.
Por que fazer todo esse rebuliço apenas por uma pequena palavra?
Já ouvi pessoas dizerem à suas esposas ou sócios como eles gostavam deles e depois estragarem o efeito com um “mas”. Da mesma forma, em ambientes empresariais, eu recebi de alguns gerentes grandes feedbacks que depois sabotaram todo o efeito positivo adicionando um “mas”. E eu vi pais despertarem comportamentos indesejáveis dos seus filhos com o uso negligente dos seus “mas”.
Força de vontade não é suficiente para grandes mudanças na vida!
Se você sabe se expressar com as palavras de forma correta, no calor de qualquer discussão, você abre ao outro a opção de enxergar outro ponto de vista diferente do que ele estava vendo.
Infelizmente, já sabemos que não é suficiente ter somente força de vontade. Um princípio fundamental da PNL é que você é o responsável pelo impacto da sua comunicação. Assuma essa responsabilidade! E você pode começar assumindo uma responsabilidade ainda maior ao atentar-se para o uso do “mas”. Use-o com grande cuidado ou simplesmente troque-o pelo “e”.
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Reg Connolly é Trainer e Master Practitioner de PNL, treinador de administração e de vendas. Adaptado do artigo original publicado com o título “Verbal Landmines: ‘But’” encontrado no site www.nlp-now.co.uk
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